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Mostrando postagens de março, 2021

Prezados trabalhadores do ensino superior... unamo-nos!

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Por José Barreto dos Santos * Quero manifestar minha preocupação no trato do volver o sindicato e a universidade pública , principalmente no momento delicado que o País atravessa, tanto pelas questões na área de saúde pública, quanto pelas situações socioeconômicas, que ora assolam as instituições como um todo.  Neste cenário acreditamos que podemos contribuir cientificamente, porque não tenho dúvida que, caso os encaminhamentos continuem negligenciando a História e a Filosofia, com certeza, não há avanços para pensarmos criticamente o Sindicato e, muito menos, a Universidade. Pois bem, quando olhamos para a história dos sindicatos, percebemos que os mesmos se fundem com a maioria dos trabalhadores em torno das lutas de classes. Sem perder o sentido temporal, é importante lembrar das conquistas em torno dos direitos trabalhistas, principalmente a partir da Revolução Industrial, período sofrível pelas péssimas condições de vida e do trabalho fabril.  É importante salientar que no séc

A evasão e a questão econômica

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Por Marcelo Batarce* O conto de Michael Saltykov, inspirado na sociedade russa do século XIX, mostra a alienação de dois funcionários públicos que subitamente acordam perdidos em uma ilha. Incapazes de qualquer coisa depois de tantos anos vivendo em uma repartição pública descobrem que “[o] alimento humano, em sua forma original, voa, nada e cresce em árvores", diante do que um deles pergunta: “quem teria pensado nisso, hein, Excelência?” (pg. 97). Qual seria o análogo destes personagens na academia dos dias de hoje? Não seriam justamente aqueles que insistem em desconsiderar a lógica do mercado para entender a realidade pela qual passa a universidade e entoar chavões em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, sem que nenhum destes três qualitativos tenham sentido claro? Deixando de lado o debate sobre o “público” e a “qualidade”, vamos focar na questão econômica. Enquanto a direita reproduz de modo simplista e conveniente o fato de que não há nada gratuito, a esq

PROFESSOR, SUA PROFISSÃO ESTÁ POR UM FIO: A REFORMA ADMINISTRATIVA VAI DESTRUIR A CARREIRA DOCENTE E A LIBERDADE DE ENSINO

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  Por Volmir Cardoso Pereira [1]   Comecemos com um exercício de imaginação a partir do que está sendo proposto na PEC 32/2020, a tal “Reforma Administrativa” [2] . 1. Imaginem escolas e universidades com pouquíssimos professores concursados e a grande maioria de professores com contratos temporários. 2. Imaginem agora que os professores que passaram nos concursos que ainda restavam não têm mais nenhuma estabilidade e podem perder o cargo se houver qualquer “interesse da administração pública” que justifique isso. Ou se o governante simplesmente disser que é preciso apertar o cinto, porque as contas públicas estão ruins. 3. Imaginem professores descontentes fazendo greve por conta do fim de seu plano de cargos e carreiras e por estarem sofrendo cortes salariais ano a ano, tudo amparado pela Constituição Federal e suas Emendas remendadas (essa é mais fácil de imaginar, porque já está acontecendo). 4. Imaginem professores contratados para substituir os professores grevistas,